É a força que levou o homem a arriscar a sua vida individual, para conseguir determinado fim de utilidade colectiva.
No grande periodo, cumprimos a Lei de sacrifício, sob a forma de Aventura, enquanto os Povos do Norte, por exemplo, cumprem esta Lei de um modo sereno e persistente.
Nós cumprimo-la, guiados por uma força de instinto, em ímpetos de expansão dominadora. O instinto conhece a realidade melhor que a inteligência; mas esta calcula e procede reflectidamente, evitando as quedas que sofre aquele, muitas vezes.
A nossa herança celto-latina e árabe, tão espontânea e de ansioso aspirar indefinido, subordinou-nos ao génio aventureiro. Tentar destruí-lo é inépcia e loucura, porque ele faz parte integrante do nosso ser. De resto, é uma forma de actividade humana. Devemos educá-lo, amoldando-o, sem o desnaturar, a uma disciplina concordante, consentida, compatível com o poder de iniciativa.
E assim, o génio de aventura tão animado de liberdade, por virtude da sua própria natureza novamente desperta, seria a própria alma pátria, soma electiva das nossas almas individuais, num constante labor e aspirando a um fim comum.
Teixeira de Pascoaes
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