Depois de ter visto no passado fim-de-semana as queixas ao Provedor do Telespectador da RTP por causa do programa "A Liga dos Ultimos", não posso deixar de afirmar o meu apoio e admiração pelo referido programa e repudiar todas as criticas efectuadas e o tempo de antena dado a algumas pessoas para expressarem os seus fracos argumentos contra os conteúdos exibidos no programa.
O objectivo primeiro é dar a conhecer as equipas de futebol que estão nos últimos escalões, que não têm nem os jogadores, nem os orçamentos dos grandes clubes e que sobrevivem à custa da carolice dos jogadores, dos dirigentes e dos sócios das colectividades, mas para além disso o programa tem o mérito de ir mais além, mostra a realidade pura e dura da interioridade e vivências portuguesas, das suas reais personagens, portugueses e portuguesas fora dos grandes centros urbanos, as festas, as romarias, as tradições, as bebedeiras, a paixão, a resistência, a sobrevivência, este é o nosso Portugal, é real e existe, neste aspecto o programa presta um serviço público que até á presente data eu ainda não tinha visto na televisão pública.
Há pouco tempo, o sociólogo da treta, António Barreto, escreveu uma crónica para o Jornal Público onde referia que não gostava do programa pois achava que ridicularizava e desprezava as pessoas das aldeias, os pobres, os menos capazes, os rurais. Ora muito bem, António Barreto foi autor de uma série de programas que mostravam o nosso país tal como ele era há décadas atrás e como ele é actualmente, focando a evolução e a alteração dos modos de vida dos portugueses, sinceramente não vejo onde melhorámos, ora a ser critico, António Barreto devia começar por criticar a pseudodemocracia e a padidocracia em que vivemos que cavou um fosso abismal entre o litoral e o interior, entre o urbano e o rural.
"A Liga dos Últimos" é uma visão que temos do Portugal de hoje, não do Portugal do Sócrates, daquele que o PS nos quere impingir como inevitável, mas sim do Portugal real. E é a única visão realista que nos é dada a conhecer pelas televisões. Os telejornais, os únicos onde ainda existe alguma referência, apenas afloram casos pontuais de ocorrências fugazes.
É importante existir um programa como a “Liga dos Últimos” onde acima de tudo se mostra o que é Identidade e Resistência.
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