Se mais virtudes não hovesse na expansão portuguesa, bastaria recordar esse espírito novo, provindo da experiência geográfica, que, em autêntica revolução, vai levar de vencida a ciência tradicional assente na autoridade dos clássicos.
Duarte Pacheco Pereira (1465?-1533), figura portuguesa que tanto estimo e admiro, juntamente com D. João de Castro e outros que farei alusão futuramente, sendo personagens dessa expansão como navegadores e homens de armas, são também criadores de uma nova ciência geográfica:
"...que a maior parte de tantas regiões e províncias ficou para nós, e nós lhe levamos a virgindade (...) Por que em todo o universal de Etiópia, de Guiné e Índia muito particularmente soubemos quase todas as suas cousas. E o lito e costa do mar e sua navegação singularmente o navegamos. E o comércio e o modo de viver dos negros desta região e suas idolatrias por muitos foi de nós praticado.E nestas cousas a Nacão dos Portugueses precedeu todos os antigos e modernos em tanta quantidade, que sem repreensão podemos dizer que eles em nosso respeito não souberam nada."
Duarte Pacheco Pereira na sua obra: «Esmeraldo de situ orbis»
("O Tratado dos novos lugares da Terra")