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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A origem das crises

O país atravessa neste momento uma das suas piores épocas de sempre, pior do que isto penso que apenas a época dos Filipes, com a nossa perca de independência, e os tumultos permanentes dos primeiros anos da república que apenas tiveram como boa consequência a revolução de 28 de Maio de 1926 e o consequente aparecimento em cena do mago das finanças e salvador nacional, Dr. Oliveira Salazar.
Pessoalmente, olhando da província onde me encontro, a vida politica, os politicos ,o presidente da república, o governo da república e o seu parlamento em tudo fazem lembrar a confusão política dos anos dez e vinte do século passado, falta apenas as constantes revoluções e confrontos nas ruas de Lisboa para a festa ficar completa.
Em relação à Assembleia da República penso que não há princípio que, considerado objectivamente, seja tão errado como o princípio parlamentar, o parlamentarismo é uma estufa onde se cultiva a irresponsabilidade, poderá alguma vez, por acaso, uma maioria hesitante de homens ser responsável pelo que quer que seja?
E os partidos? O único cuidado que fatalmente determina a organização de um novo programa dum partido político, ou a modificação do anterior, é sempre o receio das próximas eleições, no que eles menos pensam é no povo, no país ou noutra coisa qualquer que não seja o seu próprio futuro, é vergonhoso, asqueroso o que se vive nos grandes partidos do centro, PS e PSD.
Aliás, por falar em eleições, é mais fácil fazer passar uma vaca pelo buraco de uma agulha do que ser descoberto um grande homem através de eleições.
Quanto mais os verdadeiros homens pátrios, os nossos melhores, verdadeiros chefes, forem afastados das actividades políticas que consistam principalmente, não em trabalho criador e produtivo, mas no regatear e comprar favores da maioria e dos clientelismos partidários, tanto mais a actuação política descerá ao nível das mentalidades vulgares e tanto mais estas se sentirão atraídas para a vida pública, formando-se um circulo vicioso, o que se pode contatar pela actual classe política nacional.
Podemos acreditar que o progresso no mundo provenha da acção combinada de maiorias e não de inteligências individuais? Não, a maioria nunca pode substituir o homem, ela é sempre a advogada não só da estupidez como da covardia, por exemplo, já alguma vez aconteceu algum parlamento compreendesse uma ideia antes que o êxisto proclamasse a grandeza dessa mesma ideia?
A instituição e organização de uma país pela via da democracia pluripartidária e parlamentar com a respectiva pseudo fiscalização democrática por esse mesmo parlamento é a causa da incrível dominação de toda a vida política e governativa justamente pelos elementos de menos valor moral e patriótico.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Na beira da cadeira

«Minha avó materna lembra-me sempre a minha prima Vitória....só de nome, por ironia do Destino.
Órfã, sem fortuna, e nova ainda, acolheu-se à protecção de meus avós maternos. Aparentava quarenta anos, quando eu contava apenas dez.
Fazia meia, rendas, pastéis de Entrudo, trabalhava o dia inteiro. Orgulhosa, queria merecer o que recebia: vestuário, cama e mesa, onde jantava connosco e almoçava.
Numa atidute constrangida, sentava-se na beira da Cadeira, para a não possuir completamente. Não se julgava digna de tal posse!»
Teixeira de Pascoaes "Uma Fábula"
Ao ler estas singelas palavras do mestre Pascoaes visualizo sempre na minha imaginação a Assembleia da República Portuguesa, com todos os deputados sentadinhos nas beiras das suas cadeiras, os ministros do governo, sentadinhos mesmo na beirinha das suas cadeirinhas, se fossem honestos saberiam que não são dignos delas, não as mereceram, não as merecem nem nunca farão nada por merecer as cadeiras onde, de quando em quando, sentam os bovinos rabos.