segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Telemarketing - Vamos correr com eles

- É de casa do Sr Luis? - perguntam ao telefone
- É o próprio - respondo.
- Sr Luis, chamo-me.... e estou-lhe a telefonar para o convidar a assistir a... blá blá blaá... hoje às 18 horas.
- Com certeza. Posso levar um doce?
- Sr Luis. Não é necessário trazer nada. Basta o Sr. vir e trazer a sua esposa.
- Mas eu não gosto de ser convidado e não levar nada. Não fui assim educado. E ainda por cima a minha mulher acabou de fazer um doce excelente, e olhe que isto é coisa rara.
- Por isso, se não se importa nós levamos uns frasquinhos com doce. Têm pão, ou é preciso levar?
- Sr. Luis (pausa para suspiro) Trata-se de uma apresentação de um produto, para o qual estamos a convidar apenas pessoas seleccionadas e o Sr. e a sua esposa tiveram a felicidade de serem escolhidos.
- Bom, já percebi. É uma coisa assim mais formal, certo?
- Sim.- responde, com um suspiro de alívio.
- Nesse caso, o melhor é então levar uma garrafinha de vinho do Porto. E têm pão?
- Está a gozar comigo? - pergunta ela, irritada.
- Peço muitas desculpas se a ofendi, garanto-lhe que não foi essa a minha intenção. E se for uma garrafa de Champanhe, do verdadeiro? Sou também capaz de arranjar uma latinha de caviar, mas acho que é falsificado. Assim já serve? E têm pão?
- Se não quer vir bastava dizer, não precisava deste teatro todo. - reage a moça, irritada. - Agora é vossemecê que me está a ofender!! Se acha que nós não temos condições para ir à sua festa fina, podia ter dito logo! Eu e a minha mulher somos pessoas simples! (fungadela) Era com muito sacrifício que estávamos a oferecer o que de melhor cá temos em casa! (fungadela) E a senhora aparentemente acha pouco! (fungadela) Assim sendo, tenha uma muito boa tarde e espero sinceramente que tenha pessoas na sua festa, porque com esses seus critérios de selecção não sei se tal vai acontecer! (fungadela) ADEUS!
- Sr. Luis. Talvez eu não me tenha feito entender correctamente. Vamos começar do inicio. Pode ser? - Sim...(fungadela)
- Apenas queremos que o Sr. e a sua esposa venham conhecer o nosso produto hoje. Nada mais. Podemos então encontrarmo-nos às 18 horas?
- Ok...... Têm pão?

sábado, 29 de dezembro de 2007

Estamos cada vez mais perdidos

«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: país está perdido!»
O PAÍS ESTÁ PERDIDO!

Isto foi escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número d'As Farpas, o governo não terá vergonha de passados mais de 100 anos o país continuar perdido??

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Conceito de memória (2)

Nos últimos anos, e num crescente visível, parece cada vez mais pacífica a ideia de que a recuperação da memória e figura de Salazar, tanto no capítulo da sua figura e personalidade mas também no periclitante domínio da sua obra politica, social e nacional, passa pela divulgação e reactivação da verdade histórica dessa mesma memória sem mentiras nem aldrabices ou meias verdades.

Porque a memória do Estado Novo é a nossa própria memória, a nossa, colectiva, a de uma nação de portugueses que neste tempo presente de globalização, de federastas, de europeistas, tempos presentes que ultrapassam largamente o facto de já termos outra moeda, de já não termos o nosso ultramar, tempos presentes de adultério de custumes e comportamentos, tradições e nacionalidade, são nestes tempos presentes em que tristemente vivemos agora que precisamos avidamente de sinais de identidade e nacionalidade, e nada melhor do que a figura de Salazar e a obra do Estado Novo para novamente trazer a esperança a um povo assassinado na sua alma e traido pelos seus governantes.
Em 2007, a RTP apresentou, e ainda está a apresentar, alguns trabalhos que , embora com valor, foram nitidamente tendenciosos e alvo de instrumentalização governativa, falo, é claro dos programas documentais "Portugal, Um Retrato Social" e de "A Guerra", este ultimo com reminiscências tendenciosas a começar pelo próprio nome.
Diferente porém foi o resultado do "passatempo" da RTP acerca de quem seria o "Melhor Português", ai sim, sem instrumentalizações governativas e com um resultado directo da escolha dos espectadores o Dr. Salazar, contra tudo e contra todos, ganhou e lançou a polémica que afinal tinha começado antes quando o seu nome nem sequer tinha entrado nas listas "oficiais".
Longe de polémicas, visto de uma outra prespéctiva, a vitória de Salazar nesse interessante programa, pode ser visto como um grito da maioria silenciosa contra o sistema, um grito contra o estado de coisas, um grito de protesto contra a imposição da traição como forma de governo.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Bom Natal

Votos de bom natal para todos os que aqui vêm encalhar e para os que regularmente me visitam, são os desejos sinceros deste blog.

Os três Cowboys

A eleição de George W. Bush para a presidência dos EUA foi, sem dúvida, uma experiência radical e que não se deverá repetir nas próximas dácadas.
Neste final do ano 2007 o mundo continua a ser um lugar instável e inseguro, muito disso se deve a estas três personagens que nesta foto de Christopher Morris , fotógrafo oficial da Casa Branca, mais parecem três "cowboys" saidos directamente de um qualquer filme americano de meados do século XX, a pose de George W. Bush é ilucidativa:

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O PNR faz falta - Inscreve-te

A campanha "O PNR faz falta" visa garantir a inscrição de novos militantes no mais curto espaço de tempo. Os partidos políticos foram notificados pelo Tribunal Constitucional para provarem no prazo de 90 dias que têm pelo menos 5 mil militantes, sob pena de serem extintos nos termos da Lei n.º2/2003, de 22 de Agosto. Trata-se de uma lei injusta, que tende a calar a voz incómoda dos pequenos partidos. É uma medida imposta pelos partidos ditos grandes e fiscalizada agora pelos juízes conselheiros escolhidos por aqueles.
Apesar disso, o PNR tudo fará para angariar no prazo estipulado o número de filiados em falta. O partido tem registado um forte crescimento nos últimos meses. Diariamente chegam à sede novas propostas de adesão. Assim, com vista a atingir o número estipulado, a direcção do partido põe agora em marcha uma campanha nacional de novas adesões, sem pagamento de jóia e com isenção de quotas.
O nosso partido representa um número crescente de portugueses. Estamos seguros de que o PNR faz falta ao debate político. É a única voz que se ergue de forma clara em defesa da independência nacional contra a corrupção e os tratados reformadores. O PNR pretende apresentar aos Portugueses em 2009 um renovado programa político, com um conjunto de propostas para as diferentes áreas, da segurança à cultura, da política externa à saúde e à educação. Mais ninguém estará disposto a fazê-lo nos termos e com as soluções que o PNR apresentará. Propostas portuguesas para um Portugal português. Isto pode ser reconhecido mesmo por simpatizantes de outros partidos que, em defesa da livre expressão de ideias, se opõem à extinção judicial de um partido cada vez mais activo na vida portuguesa e no qual se revêem milhares de compatriotas.
Por isso, pedimos o empenho e a mobilização de todos. A meta das 5 mil inscrições está perfeitamente ao nosso alcance. Assim todos se mobilizem, assinem e levem a assinar a Proposta de Adesão, aqui.
Fonte

Livros - Mengele

Josef Mengele tinha um sonho: o aperfeiçoamento da espécie humana, melhorada através da ciência, como forma de alcançar o domínio supremo de uma raça superior. Para o capitão médico, responsável pelo campo de concentração nazi de Auschwitz de 1943 a 1945, este era, acima de tudo, um acto de dever para ser levado a cabo com total disciplina. Com um simples aceno de mão ou um movimento seco do bastão, Mengele seleccionava os prisioneiros chegados a Auschwitz: os que deviam trabalhar até à morte, os que seriam imediatamente gaseados ou os que serviriam de cobaias para as suas investigações médicas. Sem qualquer compaixão, Mengele efectuava as mais terríveis experiências com seres humanos, transformados em autênticas cobaias. A sua particular obsessão eram os gémeos. Depois de cinco anos de investigação, com acesso exclusivo e irrestrito a mais de cinco mil páginas de escritos íntimos de Mengele e fotografias inéditas, Gerald L. Posner e John Ware retratam a vida deste homem, do nascimento à morte. Separando os factos das lendas que existem sobre o mais famoso médico nazi, os autores recriam a vida do homem que se tornou na verdadeira personificação do mal; o «Anjo da Morte» de Auschwitz. Apesar de todos os esforços para o capturar, Mengele passou 35 anos da sua vida em fuga. Depois de muitas notícias sobre a sua eventual morte, faleceu aos 68 anos, no Brasil. Sem nunca ter sido julgado pela Justiça e sem nunca ter manifestado quaisquer remorsos pelos seus actos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Navios Portugueses - GIL EANNES (ex. LANHECK)

Navio mercante alemão apresado em 1916, foi adaptado para cruzador auxiliar na Armada Portuguesa. Havia sido construído em 1914 por Seebeck Akt Geselschaft na Alemanha. Durante a primeira Guerra Mundial efectuou transportes de tropas para França, sendo abatido ao efectivo em 1-6-1918, e integrado na Marinha Mercante. Voltou a servir na Armada como transporte, e mais tarde como navio - hospital de apoio à frota bacalhoeira na Terra Nova. Em 1942 voltou à Marinha Mercante.

DESLOCAMENTO: 3 712 toneladas
DIMENSÕES: 85 * 12,5 * 5,3 metros
ARMAMENTO: 2 peças de 76 mm; 1 de 65 mm; 4 de 47 mm
PROPULSÃO: 1 máquina de T.E. de 1775 H.P. - 1 veio = 12,5 nós
GUARNIÇÃO: 114 homens

Qualidades da Alma Pátria

Génio de Aventura

É a força que levou o homem a arriscar a sua vida individual, para conseguir determinado fim de utilidade colectiva.
No grande periodo, cumprimos a Lei de sacrifício, sob a forma de Aventura, enquanto os Povos do Norte, por exemplo, cumprem esta Lei de um modo sereno e persistente.
Nós cumprimo-la, guiados por uma força de instinto, em ímpetos de expansão dominadora. O instinto conhece a realidade melhor que a inteligência; mas esta calcula e procede reflectidamente, evitando as quedas que sofre aquele, muitas vezes.
A nossa herança celto-latina e árabe, tão espontânea e de ansioso aspirar indefinido, subordinou-nos ao génio aventureiro. Tentar destruí-lo é inépcia e loucura, porque ele faz parte integrante do nosso ser. De resto, é uma forma de actividade humana. Devemos educá-lo, amoldando-o, sem o desnaturar, a uma disciplina concordante, consentida, compatível com o poder de iniciativa.
E assim, o génio de aventura tão animado de liberdade, por virtude da sua própria natureza novamente desperta, seria a própria alma pátria, soma electiva das nossas almas individuais, num constante labor e aspirando a um fim comum.
Teixeira de Pascoaes

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Juventude e educação, o hoje e o ontem

Os jovens do Estado Novo tinham objectivos concretos na vida, que eram, fundamentalmente, a procura da sua independência, que se queria cedo, através duma profissão remunerada que lhe permitisse constituir família o mais depressa possível e o mais cedo possível.
Não tinham dinheiro e sabiam que na vida, teriam que vencer pelo esforço e pelo trabalho e que a falta do esforço e do trabalho tinha, normalmente, consequenciais penosas.
A primeira perturbação deste universo foi provocada por uma crise dos valores tradicionais que a revolução de Abril destruiu e subverteu em libertinagem e falsa liberdade.
Os pais de família novos-ricos começam por não acreditar na família. A crise familiar é um mau exemplo que vem de cima, e dentro da maneira como se vivem as relações familiares actualmente, não é possível exigir da juventude que acredite nela como exemplo a seguir.
Mas não só: as actuais famílias apenas acreditam na ditadura do dinheiro, é a cultura do materialismo, e demitiram-se do resto, educação tradicional, valores, história, heranças, etc…
As pedagogias modernas insurgem-se contra os castigos aplicados ás más acções como forma de sanção disciplinar e os jovens têm consciência de que, pelo menos no seu universo familiar as acções são inconsequentes. As forças espirituais por sua vez, falam do pecado com muito pouca convicção e acabaram por criar muito mais situações de interrogação e de dúvida, do que de fé, de esperança e de confiança.
Eu não digo que eram boas todas as formas em que se vivia, mas digo que com a sua destruição era necessário substitui-las por outras iguais ou melhores.
Foi isso que não se verificou, se os esquemas de educação eram “repressivos” deveriam ter substituídos por outros que dessem aos jovens autonomia, independência e confiança em si próprios, o que se obteria em clima de maior rigor politico e de autoridade de estado que iria criar exigência e excelência.
A juventude moderna vive com demasiadas facilidades, os pais compram, com dinheiro e presentes, o afecto dos filhos que vêem fugir-lhes. Temos assim dois cenários: por um lado juventude beneficiada que passou a viver com o dinheiro que sobra dos bolsos de uma franja da sociedade que tem mais do que o necessário para as suas necessidades, e por outro lado uma imensidão de jovens oriundos de famílias carenciadas das grandes periferias que fazem da marginalidade forma de vida, roubando, matando e violando.
Uma facilidade que passou do dinheiro para os próprios comportamentos e que se pode notar pela diferença que vai entre uma juventude que se via lutar pela vida em qualquer trabalho, porque todos os trabalhos são honrados, para uma juventude que apenas se preocupa em viver excessivamente depressa e em completa desordem mental e física.
Estou convencido que a actual crise da juventude vem fatalmente da insegurança e falsas expectativas que se lhe criou e que esses factores, - a insegurança afectiva, ideológica, espiritual e morais, principalmente moral – que ela disfarça na dispersão em que anda e nas agressões que manifesta vem exactamente do amor que lhes falta, e que muitas vezes não receberam e que por isso não aprenderam a dar, e da confiança que perderam em quem lhes devia dar o exemplo – Os pais, filhos da revolução de Abril que tudo corrompeu com as falsas ideologias e promessas de liberdade utópicas.
Não cabe aos governos obrigar os pais e os educadores a darem os bons exemplos, nem os governos são as entidades mais indicadas para criar motivações, valores e relações entre as pessoas, que possam dar á juventude a confiança nos outros que lhe é necessária para crescer e criar novas gerações de Portugueses capazes de manter a tradição e valores únicos de uma Pátria com 860 anos de história.
Os governos podem e devem criar e assegurar as instituições de ensino, para os que quiserem aprender a valorizar-se e a valorizar Portugal.
Podem e devem criar instituições de cultura popular, de desporto, de ocupação de tempos livres, para os que delas quiserem beneficiar para dar á vida um sentido e uma razão.
Podem e devem assegurar a ordem pública, e sempre que ela for perturbada pela juventude ou seja por quem for. E poderiam, se isso fosse solução, submeter a juventude á disciplina do que se chama a “caserna jovem nacional”, onde os problemas da juventude se não põem, porque uma ordem nacional implacável não o permite.

Mulheres protejam-se, escolham o que acharem melhor !!

sábado, 15 de dezembro de 2007

Do tempo dos meus pais

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Blog Identitário em destaque

Novo espaço na rede em destaque:

http://blogidentitario.wordpress.com/

Blog ID será um local de informação sobre as actividades dos identitários portugueses, mas também de todos aqueles que abraçaram o ideal identitário na Europa, assim como em países onde existem comunidades euro-descendentes. Ainda que actuemos localmente, o combate em curso é obviamente global.
Este blog pretende também ser uma Agora, o espaço aberto no qual os gregos clássicos debatiam os mais distintos assuntos, sempre desde a máxima elevação e respeito pelos intervenientes.
Frontal e directo, como é apanágio dos identitários, o Blog ID terá sempre por princípio basilar o mote: Os Nossos primeiro que os outros!

Em nome da democracia.

Edgar Hoover, que era amigo pessoal do director da PIDE, Major Silva Pais, escreveu um livro muito interessante, que intitulou Masters of Deceit, (Mestres da Fraude e da Impostura).
Edgar Hoover foi o fundador do FBI Americano e que tão relevantes serviços tem prestado á sociedade Norte Americana.
Transcrevendo o início do Capitulo 23 do Livro, temos:

« Algo inteiramente novo instalou-se na América, durante a geração passada; uma mentalidade comunista representando uma sistemática, intencional e consciente tentativa para destruir a Civilização Ocidental e fazer regredir a História para a era da crueldade bárbara e do despotismo, tudo em nome do "progresso". O mal é descrito como o bom, o terror como justiça, o ódio como amor, e obediência a ideologias estrangeiras como patriotismos.»

O comunismo ainda não acabou, pelo menos em muitas partes do mundo.
Em Portugal o comunismo tem cumprido a sua parte na missão. Noutras partes do mundo ainda mexe contribuindo para o estabelecimento do caos onde ele ainda não é total.
O que aconteceu em Portugal nestes últimos 30 anos é bem descrito, por exemplo, no excelente livro de George Orwell - "Animal Farm" - que em Portugal foi traduzido por "O Triunfo dos Porcos", com grande propriedade...........
O que querem impor em Portugal e no resto do mundo também foi previsto por Orwell na sua obra de nome "1984"
Os comunistas mais espertos que querem, sem nada produzir, viver á custa dos que trabalham, passaram-se para o Socialismo, ou seja, para o PS, um sistema de partido aparentemente mais moderado e mais receptivo aos aproveitadores da "democracia" e "liberdade" falsamente apregoada desde o 25 de Abril. Todas as calamidades caíram então em cima deste país, hoje pobre, «onde a terra acaba e o mar começa».
Sendo mestre da fraqueza humana o inimigo soube explorar a nossa vaidade, assim como na fábula de La Fontaine a Raposa explorou o Corvo:

«É fama que estava um corvo
Sobre uma árvore pousado
E que no seu forte bico
Tinha um queijo atravessado
Pelo faro, aquele sitio
Veio a Raposa matreira
A qual, pouco mais ou menos
Lhe falou desta maneira:
Bons dias meu lindo Corvo.
És a glória desta planura
És outra Fénix se acaso
Tens a voz como a figura
A tais palavras o corvo
Com louca estranha afoiteza
Para mostrar que é bom solfista
Abre o bico e solta a presa
Lança-lhe a mestra o gadanho
E diz-lhe: Amigo aprende
Como vive o lisonjeiro
Á custa de quem o atende
Esta lição vale um queijo
Tens destas para teu uso
Grasna então consigo o corvo
Envergonhado e confuso:
Velhaca, deixou-me em branco
Fui tolo em fiar-me nela
Mas este logro me livra
De cair noutra esparrela»

O corvo aprendeu a lição e ficou envergonhado. Os abrileiros não aprenderam a lição, não ficaram envergonhados e não vão cair noutra porque já não têm onde cair.
Só que na queda arrastaram uma Nação inteira que desde o Minho a Timor, anda agora a estender a mão á caridade.
Assim o disse uma senhora portuguesa, com a coragem que falta a muitos homens, num teatro de Lisboa, em 1979:

".......Só vejo ambições e ânsias de poder
Traições e mais traições, meus filhos a sofrer
E com a alma em sangue ouvi dizer
Que esta terra de Santos, Heróis, Navegadores
É também a de invejosos, gatunos e traidores"


Uma mentira insistentemente repetida torna-se verdade. Portugal acredita que tudo se passa em nome da democracia.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

1º dia do fim de Portugal - Necessita-se uma Revolução

O diccionário apresenta a seguinte definição para o termo Corja: grupo de indivíduos grosseiros, vis, de má índole; canalha, súcia, malta. A próxima atualização do dicionário certamente incluirá mais uma: "assinantes do Tratado de Lisboa"

Neste dia negro para Portugal, quando os Jerónimos tiveram de albergar tamanha corja de federastas, relembremos algumas palavras cheias de actualidade:

«Estamos deste modo na encruzilhada fatal da nossa história moderna. O que está em causa é a própria sobrevivência da Pátria. Já agora anda por aí um Cristóvão de Moura pederasta a querer vender-nos a Castela. Parece que, sem o Ultramar, ficámos sem Norte — e, para não naufragarmos temos de ser capazes de nos reprojectar no futuro, achando os caminhos da nossa própria redenção.
Destruindo tudo, que, ao menos, ao construir-se de novo, se construa sólido. Não parece que seja no recomeçar dos velhos erros que se achará a levedura necessária para refortificar a todos.
Voltamos dolorosamente ao que nos perdeu. Mal saídos ainda dum regime autoritário e centralizador gerado nos desmandos e na impotência da partidocracia, logo voltamos ao sistema incapaz. Vamos perder-nos de novo e perder as liberdades instrumentais onde se tempera a liberdade essencial.
Não seremos nós capazes de encarar a vida política portuguesa em função da realidade portuguesa? Não seremos nós capazes de revolucionar Portugal sem macaquear as revoluções estrangeiras — e sem cair nas «originalidades gonçalvistas»?
O 25 de Abril pôs em causa toda uma estrutura de poder monoárquico que, vivendo de um homem, vivia enquanto vivesse o homem — onde do seu génio. Os termos em que, dia a dia, vai evoluindo a Revolução põem em causa tudo o que se recuperou do essencial, depois de se ter perdido quase tudo. Vamos voltar a 1926? E recomeçar tudo de novo? Este é o tremendo desafio que nos lança a História: — ou nos entendemos todos para redescobrir Portugal, refazendo-o — ou deixaremos de ser; ou tomamos consciência dos perigos que se nos deparam — ou perdemos a Soberania.
Haveremos de reconstruir a Pátria nova dentro duma Revolução: isto a que estamos a assistir é apenas uma reprise. Não será assim que nos salvaremos.»

Manuel Maria Múrias
(In A Rua, n.º 4, pág. 12/13, 29.04.1976)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

História da Luftwaffe e outras curiosidades


Durante os últimos meses da II Guerra Mundial, a superioridade numérica dos Aliados tornou-se tão evidente que apenas a 8ª Força Aérea norte-americana possuía cerca de 1.500 caças a mais que toda a Luftwaffe.
Além disso, a USAAF contava ainda com a 9ª e a 15ª Forças Aéreas prontas para entrar em operação a qualquer momento, se necessário!
Este site é dedicado à memória de todos os pilotos, tripulantes e soldados da Luftwaffe que lutaram até o fim em defesa de sua Pátria, mesmo sabendo que tratava-se de uma causa perdida.

A origem das crises

O país atravessa neste momento uma das suas piores épocas de sempre, pior do que isto penso que apenas a época dos Filipes, com a nossa perca de independência, e os tumultos permanentes dos primeiros anos da república que apenas tiveram como boa consequência a revolução de 28 de Maio de 1926 e o consequente aparecimento em cena do mago das finanças e salvador nacional, Dr. Oliveira Salazar.
Pessoalmente, olhando da província onde me encontro, a vida politica, os politicos ,o presidente da república, o governo da república e o seu parlamento em tudo fazem lembrar a confusão política dos anos dez e vinte do século passado, falta apenas as constantes revoluções e confrontos nas ruas de Lisboa para a festa ficar completa.
Em relação à Assembleia da República penso que não há princípio que, considerado objectivamente, seja tão errado como o princípio parlamentar, o parlamentarismo é uma estufa onde se cultiva a irresponsabilidade, poderá alguma vez, por acaso, uma maioria hesitante de homens ser responsável pelo que quer que seja?
E os partidos? O único cuidado que fatalmente determina a organização de um novo programa dum partido político, ou a modificação do anterior, é sempre o receio das próximas eleições, no que eles menos pensam é no povo, no país ou noutra coisa qualquer que não seja o seu próprio futuro, é vergonhoso, asqueroso o que se vive nos grandes partidos do centro, PS e PSD.
Aliás, por falar em eleições, é mais fácil fazer passar uma vaca pelo buraco de uma agulha do que ser descoberto um grande homem através de eleições.
Quanto mais os verdadeiros homens pátrios, os nossos melhores, verdadeiros chefes, forem afastados das actividades políticas que consistam principalmente, não em trabalho criador e produtivo, mas no regatear e comprar favores da maioria e dos clientelismos partidários, tanto mais a actuação política descerá ao nível das mentalidades vulgares e tanto mais estas se sentirão atraídas para a vida pública, formando-se um circulo vicioso, o que se pode contatar pela actual classe política nacional.
Podemos acreditar que o progresso no mundo provenha da acção combinada de maiorias e não de inteligências individuais? Não, a maioria nunca pode substituir o homem, ela é sempre a advogada não só da estupidez como da covardia, por exemplo, já alguma vez aconteceu algum parlamento compreendesse uma ideia antes que o êxisto proclamasse a grandeza dessa mesma ideia?
A instituição e organização de uma país pela via da democracia pluripartidária e parlamentar com a respectiva pseudo fiscalização democrática por esse mesmo parlamento é a causa da incrível dominação de toda a vida política e governativa justamente pelos elementos de menos valor moral e patriótico.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Perdemos a Identidade Nacional

Frente à campa do Soldado Desconhecido, na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha, tendo em seu redor representantes de duas gerações de combatentes, um mutilado de guerra em Moçambique, condecorado com a Torre-e-Espada, ergueu a voz para denunciar o crime daqueles que destruíram Portugal, «adulterando deliberadamente a nossa cultura e denegrindo as nossas tradições». Foi no passado 9 de Abril, ao celebrar-se o sexagésimo aniversário da batalha de La Lys.
Em nome de quem falou o major Duarte Pamplona? Em nome de quem afirmou que perdemos a identidade nacional? Em nome de quem lembrou que a recuperação dessa identidade nacional «terá que abranger milhares de portugueses espoliados e expulsos» e só será possível quando «a liberdade, a justiça, a honestidade e o exemplo forem praticados por todos os portugueses, começando pela classe política dirigente»? E que essa mesma classe política, «na qual estão incluídos alguns combatentes da guerra do Ultramar», não conseguiu aproveitar e dirigir a enorme capacidade de ideal, de sofrimento e da dádiva dos Portugueses?
Pois falou em nome de todos nós. De todos nós, os que nos recusamos a aceitar como irremediável a degradação para que nos atiraram, os que estamos fartos de ser pasto da voracidade partidária, os que não pretendemos mais do que ser Portugueses — Portugueses sem rótulo, sem coleira, sem vassalagem, sem opróbio e sem medo.
Aqui ficam palavras suas — que são de todos nós. E aqui fica a sua e nossa esperança em que a Nação portuguesa recupere a identidade perdida, em que os portugueses se reencontrem com o seu destino, em que Portugal se restaure.

Manuel Maria Múrias
(In A Rua, n.º 96, pág. 1, 13.04.1978)

Publicidade de outros tempos


Navios Portugueses - República (Ex Rainha D. Amélia)

Foi construído no Arsenal de Lisboa em 1901 sendo o primeiro navio em aço ali construído. O seu nome foi alterado em 1910, e em 1915 perdeu-se por encalhe nas Berlengas. DESLOCAMENTO: 1 683 tons.
DIMENSÕES: 75 * 11,4 * 4,47 metros
ARMAMENTO: 4 peças de 150mm ; 2 de 100mm; 2 de 47mm; 2 de 37mm; 2 metr. de 6,5 mm.; 2 tubos lança - torpedos
PROPULSÃO: 4 máquinas de T.E. de 5 000
H.P. - 2 veios = 18 nós
GUARNIÇÃO: 263 homens

Sons

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O futuro prepara-se no presente

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Assine, Divulgue

Já assinou a Petição contra o acordo ortográfico???

Quer escrever 'Hoje', 'Húmido', 'Hilariante' sem 'h' ?? Quer começar a escrever palavras como 'Acção' sem 'c' mudo nem palavras como 'Baptismo' sem 'p' mudo? Eu quero continuar a escrever em Português tal como o conheço agora, e você?

Conceito de Memória

No programa - Sociedade Civil - do passado dia 5 de Dezembro, intitulado "Não apaguem a memória" e tendo como convidados Fernando Rosas, Ruben de Carvalho e Nuno Tetóneo Pereira, painel absolutamente imparcial em matérias politicas..., foi abordado o tema da memória do Estado Novo, da PIDE, de Salazar, etc, e de como, alegadamente, hoje em dia se tenta, apagar ou manipular essa memória recente do nosso país.
A dada altura do programa foi até referido que é uma campanha orquestrada, conspirativa e derecçionada ao reecresver da História de Portugal.
O tema interessa-me, e não fosse por isso não teria assistido ao desfilar da verborreia de tais personagens, foi interessante verificar por anda actualmente o conceito de memória dos intervenientes que é, afinal, espelho dos conceitos e bandeiras da esquerda por eles representada.
Em relação á antiga sede da PIDE, os intervenientes, que se têm desdobrado em actividades ligadas a este tema, como pode ser visto no seu blog Não Apaguem a Memória, (NAM) querem para esse lugar um "museu da resistência", mas são os mesmo que fazem oposição cerrada, petições e lobby contra a construcção do museu sobre Salazar e o Estado Novo em Santa Comba Dão, logo aqui se verifica que no conceito de memória deste grupelho apenas a memória que eles querem impor é a correcta, dois conceitos diferentes de memória.
Pequenas reportagens e entrevistas mostraram os alegados "Presos Politicos", entre eles o próprio Rosas, em relatos sobre as esperiências prisionais dos visados, mas mais uma vez equecem-se dos milhares de prisões arbitrárias, das perseguições e torturas a que foram alvo cidadãos honestos no pós 25 de Abril e que continuam na actualidade com a prisão absolutamente vergonhosa de vários companheiros nacionalistas.
O recente Livro de Maria da Conceição Rita e Joaquim Vieira foi abordado, jucosamente, por Fernando Rosas, dizendo que não acrescentava nada de novo, 0,00% nas palavras dele, para a compreensão do Estado Novo e de Salazar, mas o seu novo livro, acabadinho de sair teve direito a amplo destaque, assim como os livros de mais alguns dos seus correligionários do movimento NAM.
Gostaria de perguntar ao Sr. Fernando Rosas no que ficamos, conservamos toda a memória ou apenas a que o Sr. Rosas acha que serve os seus interesses e os do seu partido? Ou tem medo que os Portugueses tenham conhecimento do outro lado de Salazar, que saibam que o "papão" cruel e sanguinário por eles anúnciado durante décadas afinal não existia.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Livros - 1000 Pensamentos de Adolf Hitler

Tudo neste mundo é susceptível de melhorar.
A derrota pode engendrar a futura vitória; uma guerra perdida pode originar a ressurreição vindoura; a miséria pode fecundar energias, e de cada opressão podem as forças erguer-se até á renascença espiritual. Tudo isto, só é possivel enquanto o sangue se conservar puro.

Os programas de cinema, dos teatros de variedades e casas de divertimento constituiem uma vasta coligação para atrair a atenção pública pelos mais baixos expedientes. Quem quer que não tenha perdido a capacidade de penetrar na alma dos jovens, logo compreenderá que desta educação só pode resultar graves prejuizos para a mocidade.
Se não livrarmos a mocidade do charco que actualmente a ameaça, ela nêle se afundará. Quem não quiser dar-se conta desta situação, concorrerá para apoiá-la, transformando-se em co-autor da lenta prostituição das gerações futuras.
Actualmente tôda a nossa vida em público é uma espécie de estufa para o cultivo de idéias e atracções sexuais.
Quando a raça está em perigo de ser suprimida ou mesmo oprimida, a questão da legalidade passa para plano secundário.
A luta contra o envenenamento da alma deve-se desenvolver ao lado da cultura física.
O casamento não é uma finalidade; deve servir à multipicação e conservação da espécie e da raça. Esse é o seu significado, esta é a sua finalidade.
Nos casamentos tardios está uma das causas da conservação dum estado de coisas que, por mais que se queira torcer, é e será sempre uma vergonha para a humanidade e que deve ser visto como uma maldição para criaturas que modestamente se julgam feitos à imagem do criador.
O valor excessivo dado à cultura intlectual pura e a niglicência em relação à formação física dão origem, antes do tempo, ás solicitações sexuais. O jovem que se fortelece nos desportos e nos exercícios de ginastica está menos sujeito a capitular ante a satisfação dos seus instintos dos que aquele que vive uma vida sedentária. Uma educação nacional terá que tomar em consideração este aspecto do problema.
A questão da conservação ou não-conservação do sangue e da raça perdurará enquanto existir a humanidade.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Em tempo de Inverno...

Em 1939, Lisboa torna-se o porto de abrigo de uma Europa em Guerra. Foi assim que Alvaro Matias, jovem marçano de uma mercearia da baixa Lisboeta conheceu um dia um francês de nome Dr. Bayard. Nesses anos dificeis nasce uma amizade improvável, Alvaro aprendendo francês, servindo de cicerone e desencantando mantimentos quando o refugiado francês se via mais aflito. Na hora da partida o homem agradeceu-lhe dando-lhe o que de mais valioso possuia, a fórmula de uns rebuçados peitorais. Assim nasceu em 1949 a produção dos excelentes e populares rebuçados para a tosse Dr. Bayard.

Hoje a fábrica produz quatro toneladas de rebuçados por dia, mantendo o segredo da receita, composta de açúcar, glucose e mel dissolvidos num chá de plantas medicinais, tão deliciosos como a história que lhes deu origem.

sábado, 1 de dezembro de 2007

1º de Dezembro - Dia da Restauração

Neste dia, que é dos poucos feriados nacionais que fazem algum sentido, convém não esquecer o que se comemora e o que se recorda.
Nos ultimos anos, desde os anos 70, em que a Espanha entrou num caminho de progresso e futuro, ao contrário de Portugal que entrou no caminho do abismo, a crescente gula espanhola sobre a nossa autonomia politica, social, cultural, económica e territorial faz-se sentir todos os dias como um pesado fardo aos ombros da pátria, já lá têm a nossa Olivença, não deixemos que nos tomem o resto.

Recordo agora algumas passagens um artigo do General Loureiro dos Santos:

Independência de Portugal ameaçada?
General Loureiro dos Santos

"No vizinho peninsular, parece haver quem pressinta a possibilidade de acabar com a independência de Portugal, em proveito próprio. As debilidadespor que passamos, por culpa dos responsáveis políticos portugueses que nostêm governado nos últimos anos, estão a ser percepcionadas como janelas de oportunidade que, se adequadamente aproveitadas, poderão conduzir ao fim do nosso autogoverno. Do que resultariam vantagens para o Estado espanhol e para regiões autónomas da Espanha (?). Naturalmente, em prejuízo da capacidade portuguesa de defender os interesses daqueles que habitam no país que os nossos maiores nos legaram.

A leitura de um artigo do "La Vanguardia", de 19 de Fevereiro de 2005 (véspera das eleições legislativas), assim como a de um passo, significativo a este respeito, da entrevista ao "Expresso", de 22 de Janeiro, quando já decorria o debate eleitoral, por Carod Rovira, líder da Esquerda Republicana da Catalunha, revela bem o apetite de estratos da sociedade do país vizinho.Pelo menos de alguns, mas com assinalável expressão e projecção pública.

Acabar com a independência de Portugal. No "La Vanguardia" faz-se uma análise da crise portuguesa, recorrendo aomais recente eurobarómetro e citando os apenas 38 por cento de portugueses satisfeitos com a sua democracia em comparação com os 57 por cento de médiada União Europeia. Refere a deterioração da situação económica e relaciona-a com a desenvolvida economia de Espanha, nosso primeiro parceiro comercial, com a região autónoma da Catalunha em destaque. E conclui: "Uma relação económica que, para além dos governos em funções, deveria traduzir-se numa maior integração política, de perfil multipolar, para poder ter peso numa nova Europa alargada" (federação?).

A entrevista de Carod Rovira ao "Expresso" vai no mesmo tom. Começando por dizer que o seu objectivo final é a independência da Catalunha no âmbito da União Europeia, não se coíbe de afirmar que, na actual situação, não lhe parece possível tal objectivo, mas é preciso concluir (?) esta "península inacabada". Neste processo, "Portugal, que é a fachada atlântica da península, e a Catalunha, fachada mediterrânica da península, têm vivido de costas viradas para o interior da península e de uns para os outros. Só podemos acabar com isto conhecendo-nos (...) Existem muitas questões na Península Ibérica que só se resolverão satisfatoriamente se forem tratadas com uma mentalidade peninsular." Como existem outras que necessitam de mentalidade europeia e até mundial, assim como muitas outras que exigem mentalidade nacional, acrescento eu.
Carod Rovira termina: "Madrid não pode decidir sozinha em tudo, devemos passar de uma concepção unipolar do Estado para uma outra multipolar, que passe por Lisboa, Barcelona, Bilbau,certamente por Sevilha, e juntos poderemos acabar de alguma forma esta península que nunca foi concluída". Embora terminando por uma frase suficiente ambígua para conter todas asinterpretações que lhe convenham (nomeadamente a transformação da Península numa Confederação de estados ibéricos independentes), ela também pode ser lida como um cenário de transição com uma Península federal, centrada em Madrid (uma vez que reconhece não existirem condições para a Catalunha atingir a independência).

Isto corresponderia à abdicação de Portugal dos atributos de soberania que possui (e que Rovira tanto deseja para a Catalunha, o que é uma flagrante contradição), com tudo o que tal significaria como reforço da instabilidade conflitual na península. Ao mesmo tempo, talvez sem dar conta, atiça os impulsos centralistas de Madrid sobre as regiões periféricas peninsulares, onde verdadeiramente se produz a riqueza, e que são as reais detentoras do potencial estratégico natural, dado o seu acesso ao mar.
A grande lição de tudo isto é que a actual situação de crise económica, senão for resolvida atempadamente, tornar-se-á numa muito séria ameaça à independência de Portugal, além de poder vir a traduzir-se em roturas sociais profundas, de repercussões tremendamente negativas no nosso bem-estar e estabilidade. A sua solução passa pela substituição do actualmodelo económico-social, já esgotado, por outro bem mais rigoroso, susceptível de exigir, pelo menos temporariamente, talvez num largo período, sacrifícios de todos nós.

Os responsáveis políticos agora eleitos terão de seleccionar o essencial e descartar o acessório; agir com lucidez e com despreendimento relativamenteà sua continuação no poder; e ter por ambição ficar na História como regeneradores de Portugal, e não como eventuais coveiros da sua independência, se não imediata e formal, pelo menos a prazo e de facto. A racionalização dos instrumentos da acção do Estado é uma das primeiras, senão a primeira decisão a tomar. Em todos os sectores da Administração.

Com demagogia, tibieza e falta de lucidez e de espírito patriótico, não será possível afastar as graves ameaças que se colocam à nossa independência nacional.
Só com verdade, coragem, visão do interesse nacional e patriotismo, haverá possibilidade de o conseguir.
Todos seremos julgados pela História.