quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

1º dia do fim de Portugal - Necessita-se uma Revolução

O diccionário apresenta a seguinte definição para o termo Corja: grupo de indivíduos grosseiros, vis, de má índole; canalha, súcia, malta. A próxima atualização do dicionário certamente incluirá mais uma: "assinantes do Tratado de Lisboa"

Neste dia negro para Portugal, quando os Jerónimos tiveram de albergar tamanha corja de federastas, relembremos algumas palavras cheias de actualidade:

«Estamos deste modo na encruzilhada fatal da nossa história moderna. O que está em causa é a própria sobrevivência da Pátria. Já agora anda por aí um Cristóvão de Moura pederasta a querer vender-nos a Castela. Parece que, sem o Ultramar, ficámos sem Norte — e, para não naufragarmos temos de ser capazes de nos reprojectar no futuro, achando os caminhos da nossa própria redenção.
Destruindo tudo, que, ao menos, ao construir-se de novo, se construa sólido. Não parece que seja no recomeçar dos velhos erros que se achará a levedura necessária para refortificar a todos.
Voltamos dolorosamente ao que nos perdeu. Mal saídos ainda dum regime autoritário e centralizador gerado nos desmandos e na impotência da partidocracia, logo voltamos ao sistema incapaz. Vamos perder-nos de novo e perder as liberdades instrumentais onde se tempera a liberdade essencial.
Não seremos nós capazes de encarar a vida política portuguesa em função da realidade portuguesa? Não seremos nós capazes de revolucionar Portugal sem macaquear as revoluções estrangeiras — e sem cair nas «originalidades gonçalvistas»?
O 25 de Abril pôs em causa toda uma estrutura de poder monoárquico que, vivendo de um homem, vivia enquanto vivesse o homem — onde do seu génio. Os termos em que, dia a dia, vai evoluindo a Revolução põem em causa tudo o que se recuperou do essencial, depois de se ter perdido quase tudo. Vamos voltar a 1926? E recomeçar tudo de novo? Este é o tremendo desafio que nos lança a História: — ou nos entendemos todos para redescobrir Portugal, refazendo-o — ou deixaremos de ser; ou tomamos consciência dos perigos que se nos deparam — ou perdemos a Soberania.
Haveremos de reconstruir a Pátria nova dentro duma Revolução: isto a que estamos a assistir é apenas uma reprise. Não será assim que nos salvaremos.»

Manuel Maria Múrias
(In A Rua, n.º 4, pág. 12/13, 29.04.1976)

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