"Basta! Portugal não é uma quinta, nem nós somos só os seus seareiros. Portugal somos todos nós, intelectuais e cavadores de enxada, patrões e operários, os que morreram e os que estão para vir, homens e mulheres na sucessão dos séculos, caminho do futuro! Sendo Direita, assumimo-nos frontalmente como força destinada à Vitória. Somos mais e somos melhores! Nem aqui, nem além-mar em África, pactuámos com o inimigo. Continuamos em guerra começada em 1961. Perdermos muitas batalhas, mas enquanto um de nós for vivo e puder falar, manteremos na alma, marcada a fogo e sangue, a certeza inabalável de que vamos salvar Portugal!"
Manuel Maria Múrias, Editorial no Semanário "A Rua", década de 70
domingo, 23 de agosto de 2009
Lembrar Manuel Maria Múrias
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
1º dia do fim de Portugal - Necessita-se uma Revolução
O diccionário apresenta a seguinte definição para o termo Corja: grupo de indivíduos grosseiros, vis, de má índole; canalha, súcia, malta. A próxima atualização do dicionário certamente incluirá mais uma: "assinantes do Tratado de Lisboa"
Neste dia negro para Portugal, quando os Jerónimos tiveram de albergar tamanha corja de federastas, relembremos algumas palavras cheias de actualidade:
«Estamos deste modo na encruzilhada fatal da nossa história moderna. O que está em causa é a própria sobrevivência da Pátria. Já agora anda por aí um Cristóvão de Moura pederasta a querer vender-nos a Castela. Parece que, sem o Ultramar, ficámos sem Norte — e, para não naufragarmos temos de ser capazes de nos reprojectar no futuro, achando os caminhos da nossa própria redenção.
Destruindo tudo, que, ao menos, ao construir-se de novo, se construa sólido. Não parece que seja no recomeçar dos velhos erros que se achará a levedura necessária para refortificar a todos.
Voltamos dolorosamente ao que nos perdeu. Mal saídos ainda dum regime autoritário e centralizador gerado nos desmandos e na impotência da partidocracia, logo voltamos ao sistema incapaz. Vamos perder-nos de novo e perder as liberdades instrumentais onde se tempera a liberdade essencial.
Não seremos nós capazes de encarar a vida política portuguesa em função da realidade portuguesa? Não seremos nós capazes de revolucionar Portugal sem macaquear as revoluções estrangeiras — e sem cair nas «originalidades gonçalvistas»?
O 25 de Abril pôs em causa toda uma estrutura de poder monoárquico que, vivendo de um homem, vivia enquanto vivesse o homem — onde do seu génio. Os termos em que, dia a dia, vai evoluindo a Revolução põem em causa tudo o que se recuperou do essencial, depois de se ter perdido quase tudo. Vamos voltar a 1926? E recomeçar tudo de novo? Este é o tremendo desafio que nos lança a História: — ou nos entendemos todos para redescobrir Portugal, refazendo-o — ou deixaremos de ser; ou tomamos consciência dos perigos que se nos deparam — ou perdemos a Soberania.
Haveremos de reconstruir a Pátria nova dentro duma Revolução: isto a que estamos a assistir é apenas uma reprise. Não será assim que nos salvaremos.»
Manuel Maria Múrias
(In A Rua, n.º 4, pág. 12/13, 29.04.1976)
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terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Perdemos a Identidade Nacional
Frente à campa do Soldado Desconhecido, na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha, tendo em seu redor representantes de duas gerações de combatentes, um mutilado de guerra em Moçambique, condecorado com a Torre-e-Espada, ergueu a voz para denunciar o crime daqueles que destruíram Portugal, «adulterando deliberadamente a nossa cultura e denegrindo as nossas tradições». Foi no passado 9 de Abril, ao celebrar-se o sexagésimo aniversário da batalha de La Lys.
Em nome de quem falou o major Duarte Pamplona? Em nome de quem afirmou que perdemos a identidade nacional? Em nome de quem lembrou que a recuperação dessa identidade nacional «terá que abranger milhares de portugueses espoliados e expulsos» e só será possível quando «a liberdade, a justiça, a honestidade e o exemplo forem praticados por todos os portugueses, começando pela classe política dirigente»? E que essa mesma classe política, «na qual estão incluídos alguns combatentes da guerra do Ultramar», não conseguiu aproveitar e dirigir a enorme capacidade de ideal, de sofrimento e da dádiva dos Portugueses?
Pois falou em nome de todos nós. De todos nós, os que nos recusamos a aceitar como irremediável a degradação para que nos atiraram, os que estamos fartos de ser pasto da voracidade partidária, os que não pretendemos mais do que ser Portugueses — Portugueses sem rótulo, sem coleira, sem vassalagem, sem opróbio e sem medo.
Aqui ficam palavras suas — que são de todos nós. E aqui fica a sua e nossa esperança em que a Nação portuguesa recupere a identidade perdida, em que os portugueses se reencontrem com o seu destino, em que Portugal se restaure.
Manuel Maria Múrias
(In A Rua, n.º 96, pág. 1, 13.04.1978)
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quarta-feira, 10 de outubro de 2007
O Espírito da Restauração
"No momento em que Portugal está a caminho de ficar sob tutela internacional, que outro espírito pode e deve e tem, necessariamente, de animar-nos (e cada vez mais, daqui por diante), senão aquele puro espírito que, na manhã de 1 de Dezembro de 1640, conduziu este Povo à restauração da independência nacional, ao cabo de sessenta anos de presúria e de ocupação estrangeiras?!...Portugal é hoje, e de novo, um país ocupado por forças e por ideologias que nos são, de resto, muitíssimo mais estranhas, e que se têm revelado incomparavelmente mais devastadoras e espoliatórias do que o foram as de há 336 anos — ao ponto de estarmos agora, para aqui, à beira de deixarmos de ser coisa que se veja... Tanto ou talvez mais do que sob a dominação dos Filipes, o nosso país, a estas horas, é fronteira aberta ao invasor — que nos ocupou, física, psíquica e metafisicamente, confiscando-nos parasitariamente o sangue e o suor de cinco séculos de História honrosamente acumulados.Atentaram mortalmente contra o território, invadiram-nos a alma e o pensamento. Dir-se-ia que fomos acometidos de uma amnésia de quinhentos anos de passado glorioso. Aos desígnios d`A RUA tem presidido desde início a chama desse espírito, cem por cento orientado para o resgate nacional, e que procede, em linha recta, da gloriosa alvorada dos Restauradores. Por isso mesmo, não quisemos nem podíamos aqui deixar passar em claro a histórica data do 1.º de Dezembro, ao contrário de toda a Imprensa de Ocupação — que passou pelo dia de ontem como cão por vinha vindimada ou, quando muito, como gato por brasas..."
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