sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Ontem e hoje, as mesmas verdades!


quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Livros - As Armas nos Lusiadas

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Talvez assim houvesse menos fogos

A partir de Novembro de 1937, o Decreto-lei nº 28219 estabelecia que qualquer cidadão, para poder utilizar isqueiros (ou outro tipo de acendedores) em público, tinha que possuir uma licença. Esta era passada por uma Repartição de Finanças, era nominal, o que significava que um mesmo isqueiro não podia ser utilizado por outra pessoa sem que esta tivesse uma licença para o utilizar. E não era nada barata, pelo que se pode avaliar do imposto do documento e dos selos. Muito provavelmente, este licença destinava-se a incentivar a utilização de fósforos, já que esta era uma indústria nacional, ao contrário da que fabricava os referidos isqueiros. Se alguém não apresentasse a referida licença ao ser interpelado por um «fiscal de isqueiros» ou por um polícia, sujeitava-se ao pagamento de uma multa e à apreensão do isqueiro.



Do tempo dos meus pais

Iniciação da Leitura. No final já com pequenos textos, todos eles moralizadores ou de amor à Pátria.

Do mal o menos - Pelo referendo devemos lutar

Visit X09.eu

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terça-feira, 28 de agosto de 2007

E o Plano Tecnológico continua......

..... desta vez com mais um número teatral de entrega da última geração de telélés com câmera fotográfica integrada a alunos do 1º Cilclo para que os pequenos alunos deixem completamente de prestar atenção á fraca qualidade da matéria dada.

Acerca da Expansão - Duarte Pacheco Pereira

Se mais virtudes não hovesse na expansão portuguesa, bastaria recordar esse espírito novo, provindo da experiência geográfica, que, em autêntica revolução, vai levar de vencida a ciência tradicional assente na autoridade dos clássicos.

Duarte Pacheco Pereira (1465?-1533), figura portuguesa que tanto estimo e admiro, juntamente com D. João de Castro e outros que farei alusão futuramente, sendo personagens dessa expansão como navegadores e homens de armas, são também criadores de uma nova ciência geográfica:
"...que a maior parte de tantas regiões e províncias ficou para nós, e nós lhe levamos a virgindade (...) Por que em todo o universal de Etiópia, de Guiné e Índia muito particularmente soubemos quase todas as suas cousas. E o lito e costa do mar e sua navegação singularmente o navegamos. E o comércio e o modo de viver dos negros desta região e suas idolatrias por muitos foi de nós praticado.
E nestas cousas a Nacão dos Portugueses precedeu todos os antigos e modernos em tanta quantidade, que sem repreensão podemos dizer que eles em nosso respeito não souberam nada."

Duarte Pacheco Pereira na sua obra: «Esmeraldo de situ orbis»
("O Tratado dos novos lugares da Terra")

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Ponte Salazar


Acordai Lusitanos

«Para liquidar os povos, começa-se por lhes retirar a memória. Destrói-se os seus livros, a sua cultura, a sua história. Depois, dá-se-lhes outros escritos, outros livros, apresentando-se uma outra cultura, inventando-se uma outra história.
Em seguida, o povo começa lentamente a esquecer quem é, e quem foi. E o mundo em seu redor esquece-o ainda mais rapidamente. »

Milan Hübl (Escritor Checo)

O Plano Tecnológico do Governo.......

sábado, 25 de agosto de 2007

Festa Brava

“- O verdadeiro patriotismo, talvez – disse ele -, seria, em lugar de corridas, fazer uma boa tourada. Damâso levou as mãos à cabeça. Uma tourada! Então o Sr. Afonso da Maia preferia touros a corridas de cavalos? O Sr. Afonso da Maia, um inglês!...- Um simples beirão, Sr. Salcede, um simples beirão, e que faz gosto nisso; se habitei a Inglaterra, é que o meu rei, que era então, me pôs fora do meu país... Pois é verdade, tenho esse fraco português, prefiro touros. Cada raça possui o seu sport próprio, e o nosso é o touro: o touro com muito sol, ar de dia santo, água fresta e foguetes... Mas sabe o Sr. Salcede qual é a vantagem da tourada? É ser uma grande escola de força, de coragem e de destreza... Em Portugal não há instituição que tenha uma importância igual à tourada de curiosos. E acredite uma coisa: é que se neste triste geração moderna ainda há em Lisboa uns rapazes com certo músculo, a espinha direita e capazes de dar um bom soco, deve-se isso ao touro e à tourada de curiosos...”
- Eça de Queirós, Os Maias

Mulheres - Outros tempos, outros custumes

"Mesmo que a conduta do marido seja censurável, mesmo que este se dê a outros amores, a mulher virtuosa deve reverenciá-lo como a um deus." "Durante a infância, uma mulher deve depender de seu pai, ao se casar de seu marido, se este morrer, de seus filhos e se não os tiver, de seu soberano." "Uma mulher nunca se deve governar a si própria"
Leis de Manu (Livro Sagrado da Índia)
"A mulher que se negar ao dever conjugal deverá ser atirada ao rio."
Constituição Nacional Sumeria (civilização mesopotamica, século XX A.C.)
"A mulher é o que há de mais corrupto e corruptível no mundo."
Confúcio (filosofo chinês, século V A.C.)
"Que as mulheres estejam caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar. Se querem ser instruídas sobre algum ponto, interroguem em casa os seus maridos".
São Paulo (apostolo cristão, ano 67 D.C.)
"Para a boa ordem da família humana, uns terão que ser governados por outros mais sábios que aqueles; daí a mulher, mais fraca quanto ao vigor da alma e força corporal, estar sujeita por natureza ao homem, em quem a razão predomina. O pai tem que ser mais amado do que a mãe e merece maior respeito porque a sua participação na concepção é activa, e a da mãe, simplesmente passiva e material."
São Tomas de Aquino (italiano, um dos maiores teólogos católicos da humanidade, século XIII)
"Inimiga da paz, fonte de inquietação, causa de brigas que destroem toda a tranquilidade, a mulher é o próprio diabo."
Petrarca (poeta italiano do Renascimento, século XIV)
"Quando um homem for repreendido em público por uma mulher, cabe-lhe o direito de derrubá-la com um soco, desferir-lhe um pontapé e quebrar-lhe o nariz para que assim, desfigurada, não se deixe ver, envergonhada de sua face. E é bem merecido, por dirigir-se ao homem com maldade de linguajar ousado."
Le Menagier de Paris (Tratado de conduta moral e costumes de França, século XIV)
"As crianças, os idiotas, os lunáticos e as mulheres não podem e não têm capacidade para efectuar negócios".
Henrique VII (rei da Inglaterra, chefe da Igreja Anglicana, século XVI)
"Enquanto houver homens sensatos sobre a terra, as mulheres letradas morrerão solteiras." Jean-Jacques Rousseau (escritor francês, precursor do Romantismo, um dos mentores da Revolução Francesa, século XVIII)
"Todas as mulheres que seduzirem e levarem ao casamento os súbditos de Sua Majestade mediante o uso de perfumes, pinturas, dentes postiços, perucas e recheio nos quadris, incorrem em delito de bruxaria e o casamento fica automaticamente anulado."
Constituição Nacional Inglesa (lei do século XVIII)
"A mulher deve adorar o homem como a um Deus. Toda manhã, por nove vezes consecutivas, deve ajoelhar-se aos pés do marido e, de braços cruzados, perguntar-lhe:
- Senhor, que desejais que eu "faça?"
Zaratustra (filósofo persa, século VII A.C.)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Não esquecer

*
"We are not fighting so that you will offer us something. We are fighting to eliminate you."
Hussein Massawi, antigo líder do Hezbollah.
*
O Islão divide o mundo em dois, os que já estão conquistados e os que faltam conquistar, pensem nisto!
Entenda-se que o conceito de "conquista" para os muçulmanos implica o uso de todas as formas possiveis e imaginaveis de violência, tortura, terror e submissão, por isso, por sermos ocidentais e por já es termos expulso uma vez, devemos por todos os meios, incluindo os deles próprios, lutar contra o Islão e contra os muçulmanos!
A natureza da tolerância no Islão não existe, os actos de violência e terror que os muçulmanos têm cometido na Europa e nos Estados Unidos, são geralmente atribuídos a uma minoria "fundamentalista", mas na verdade todo o Islão se fundamenta em princípios de intolerância e beligerância, especialmente contra o mundo Cristão ocidental.
Nas terras conquistadas pelo Islão, a opção deixada aos vencidos é a conversão ou a morte.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Realidade deste sitio


Vivo essencialmente no passado, recordadando o que fui, sentimentos passados, como éramos, eu, nós, a minha terra, o meu Alentejo, o nosso Portugal.
O presente não me interessa, a politica actual não me interessa por ai além, deixo isso para os mais eruditos, a julgar pela coluna de links da direita, temos muitos e bons escribas patriotas e nacionalistas na Blogosfera, quantos mais haverá por ai ainda distantes deste novo objecto e desta nova realidade chamada de internet.
Não tenho o dom da escrita nem encanto com as palavras, não sou formado, não sou Dr. nem Eng., nem tão pouco tenho qualquer formação académica ou escolar, longe vão os dias em que a 4ª classe do Estado Novo valia tanto ou mais do que alguns dos actuais cursos universitários.
A politica actual não me interessa porque estou sempre contra, nada me diz este sistema de partidocracia nascido com o infame 25 de Abril de 74, nada me dizem as caras falsas dos que mandam, dos que detêm o poder, os outros, os filhos da traição, vendidos europeus.
Nada me dizem as declarações agendadas em funcção da mediatização, textos ocos, mensagens sem objectivos de fundo, apenas fabricadas para consumo imediato, descartáveis.
Nada me dizem os últimos 33 anos de vida politica Portuguesa porque deixou de haver um objectivo nacional para passar a haver vários (muitos) objectivos pessoais, individuais, egocentricos, fortunas imediatas á custa da Nação...... é fartar vilanagem!
Quero fazer deste espaço um sitio de saudade, lembrança, gosto pessoal, literatura, tauromaquia e música, sitio de lembrança acerca de heróis nacionais menos conhecidos, gigantes de outro tempo, esquecidos na sombra da memória, ela própria esquecida na galopante modernidade.
Sitio de saudade e lembrança acerca de Oliveira Salazar, obreiro da pátria, português maior entre os maiores, referência sempre presente, que deve ser lembrado e homenageado pelas futuras gerações de portugueses livres de dogmas e influências passadas deverão revisionar o percurso politico e pessoal de um homem simples para quem Portugal esteve sempre primeiro, colocando então o homem e a sua obra em lugar de destaque na história Portuguesa.

Livro - As Profecias do Bandarra


terça-feira, 21 de agosto de 2007

Os defeitos....a desgraça Portuguesa

No Livro “A Arte de Ser Português”,(1915) Teixeira de Pascoaes enuncia, a seu ver, os defeitos que vivem na Alma Pátria: a Falta de Persistência, a Vil Tristeza, a Inveja, a Vaidade Susceptível, a Intolerância e o Espírito de Imitação.
FALTA DE PERSISTÊNCIA
Podemos dizer que o génio de aventura é uma virtude deste defeito. A aventura não tem continuidade na sua acção. Opera por impulsos que nem sempre se coordenam para um determinado fim. E por isso, a obra empreendida, muitas vezes, morre no seu início.Quando uma virtude ou qualidade enfraquece, logo o seu defeito originário ganha nítido relevo. E assim o génio de aventura, decaindo, transformou-se na mais completa falta de persistência. Ela aparece em todas as manifestações da nossa actividade, a cada passo interrompida ou abortada, o que a torna tristemente caricatural.Ei-la passeando o seu desânimo, pelas estradas que pararam, mortas de cansaço, a dois quilómetros do ponto de partida. E vive num belo edifício público sem telhado... (…)
VIL TRISTEZA
Também se pode dizer que a saudade é a virtude deste defeito.(…) Que tragédia, a terrível ausência da nossa alma! o sonâmbulo automatismo em que vagueia a nossa Pátria sem destino, tão aleijada e apagada de feições que é difícil reconhecê-la! Será ela? Não será?(…) A saudade, no mais alto sentido, significa a divina tendência do português para Deus; na sua expressão decadente, patológica, representa a tendência do português para o fantasma...
INVEJA
O sentimento de independência, o poder de individualidade, é também a virtude deste defeito.A vil tristeza apagou-nos o carácter, o dom de ser. Somos fantasmas querendo iludir a sua oca e triste condição. Por isso, o valor alheio nos tortura, revelando, com mais clareza, a nossa própria nulidade.A inveja é ainda uma reacção do indivíduo contra a morte; e a calúnia é a sua arma... (…)
VAIDADE SUSCEPTÍVEL
É outro defeito muito vulgar num Povo que foi grande e decaiu. Inferior e pobre, considera-se ainda possuidor dos bens arruinados. Continua a viver, em sonho, o poderio perdido. Mas, como toda a vida fantástica pressente o próprio nada que a forma, torna-se, por isso mesmo, de uma susceptibilidade infinita, sangrando dolorosamente, ao contacto de qualquer coisa de real que, junto dela, se ponha em contraste revelador da sua ilusória aparência.O português é um herdeiro esbulhado dos seus bens materiais e espirituais. Mas vão dizer-lhe que é pobre! Suprema ofensa! Não ignora a sua pobreza, (mas) porque é vaidoso (…) quer que os outros a ignorem; e serve-se para isso de todos os meios que iludem, criando o seu drama em que é autor e actor. E engendra mil preconceitos, fórmulas, propícios à atmosfera de ilusão em que pretende viver acompanhado… E assim, o arrastar de uma espada já imprime heroicidade, dois termos de tecnologia científica embutidos na prosa amorfa de jornal já fazem o sábio, como duas rimas banais fazem o poeta, e um correio a cavalo uma entidade superior do Estado.Elevamos quimericamente as pequenas coisas de hoje à grande altura das antigas. Fingimos a grandeza e o mérito perdidos. Representamos, enfim, o nosso Drama de sombras (…)
INTOLERÂNCIA
Este defeito é uma forma da vaidade susceptível que se alimenta da sua quimera dolorosa. Quem duvida do próprio valor não pode suportar a dúvida alheia que lhe diz, em voz alta e clara, o que ele mal se atreve a murmurar.Mas a intolerância tem outra origem mais positiva; é ainda um processo de defendermos os nossos interesses.Se é uma utilidade para mim a seita (política, religiosa, etc.) a que eu pertenço, os princípios que esta segue, compete-me torná-los dogmáticos, absolutos, indiscutíveis. Sim... porque discutir uma ideia é pô-la em conflito com a verdade.(…) A intolerância defende os interesses de uma seita e imprime à criatura o mais odioso fácies! (…)
ESPÍRITO DE IMITAÇÃO
Quando o carácter adoece e se dilui, é natural que o espírito de iniciativa dê lugar ao imitativo ou simiesco. A degenerescência inferior apaga os valores adquiridos que se conservam, em nós, como que num estado de perpétuo esforço. Sempre que o homem hesita na sua humanidade, aparece o macaco. Este persegue-nos constantemente, vigiando-nos, e aproveitando o primeiro descuido da nossa pessoa, para se lhe substituir.(…) É certo que a decadência de um Povo lhe destrói a faculdade inventiva e iniciadora.Estes defeitos, que felizmente não atingem todas as classes sociais, representam, afinal, a queda do espirito de sacrifício, a quebra da relação entre o indivíduo e o seu destino (…).

Teixeira de Pascoaes (1877 - 1952)

Assim se ensinava o que é a Pátria

Menino, sabes o que é a Pátria?
A Pátria é a terra em que nascemos, a terra em que nasceram os nossos pais e muitas gerações de portugueses como nós. É a nossa Pátria todo o território sagrado que D. Afonso Henriques começou a talhar para a Nação Portuguesa, que tantos heróis defenderam como o seu sangue ou alargaram com sacrifício de suas vidas. É a terra em que viveram e agora repousam esses heróis, a par de santos e de sábios, de escritores e de artistas geniais. A Pátria é a mãe de nós todos os que já se foram, os que vivemos e os que depois de nós hão-de vir. Na Pátria está, meu menino, a casa em que vieste à luz do dia, o regaço materno que tanta vez te embalou, a aldeia ou a cidade em que tu cresceste, a escola onde melhor te ensinam a conhecê-la e a amá-la, e a família e as pessoas que te rodeiam. Na Pátria estão os campos de ricas searas, os prados verdejantes, os bosques sombreados, as vinhas de cachos negros ou de cor de ouro, os montes com suas capelinhas brancas votivas. A Pátria é o solo de todo o Portugal, com as suas ilhas do Atlântico (Açores e Madeira, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe...), as nossas terras dos dois lados de África, a Índia, Macau, a longínqua Timor. Para cá e para além dos mares, é a nossa Pátria bendita todo o território em que, à sombra da nossa bandeira, se diz na formosa língua portuguesa a doce palavra Mãe!....
*
Livro de Leitura da 3ª Classe
Porto Editora, Lda., 1958, pp.5-6

A nossa querida Pátria
Ao vermos a enorme extensão do Império Português, admiramos o heroísmo com que os nossos antepassados, - sábios, marinheiros, soldados e missionários, - engrandeceram a Pátria. Por ela atravessaram mares desconhecidos, sofreram as inclemências de climas insalubres e travaram lutas cruéis em paragens longínquas. Aprendamos a lição do seu esforço, para amar e servir, como eles, a nossa querida Pátria.
*
Livro de Leitura da 3ª Classe
Porto Editora, Lda., 1958, p. 11

A arte de ser Português

«Ser Português é também uma arte, e uma arte de grande alcance nacional, e , por isso, bem digna de cultura.
O mestre que a ensinar aos seus alunos, trabalhará como se fora um escultor, modelando as almas juvenis para imprimir os traços fisionómicos da Raça lusíada. São eles que a destacam e lhe dão personalidade própria, a qual se projecta em lembrança no passado, e em esperança e desejo no futuro. E, em si, realiza, deste modo, aquela unidade da morte e da vida, do espirito e da matéria, que caracteriza o ser.
O fim desta arte é a remascença de Portugal, tentada pela reintegração dos portugueses no carácter que por tradição e herança lhes pertence, para que eles ganhem uma nova actividade moral e social, subordinada a um objectivo comum superior. Em duas palavras: colocar a nossa Pátria ressurgida em frente do seu destino.
As descobertas foram o início da sua obra. Desde então até hoje tem dormido. Desperta, saberá concluí-la..... ou melhor, continuá-la, porque o definitivo não existe.

RAÇA ( Portuguesa)
Empregámo-la como significado um certo número de qualidades electivas (num sentido superior) próprias de um povo, organizado em Pátria, isto é, independente, sob o ponto de vista politico e moral.
Tais qualidades são de natureza animal e espiritual, resultantes do meio físico (paisagem) e da herança étnica, histórica, júridica, literária artistica, religiosa e mesmo económica.
Herança, neste caso, significa também tradição.
Uma raça possui os caracteres de um ser vivo, e como tal a devemos considerar.

HERANÇA E TRADIÇÃO
Estas palavras têm, para nós, um sentido colectivo.
Se o português, como individuo, herda as qualidades de família, herda igualmente as da sua Raça, porque o homem não cabe dentro dos seus limites individuais.
O português participa também da herança étnica histórica ou tradicional, adquirindo assim uma segunda vida que, por mais vasta, abrange e domina a sua existência de individuo.
O homem transviado tem de voltar atrás, ao local seu conhecido, para ai retomar a verdadeira via, o rumo que o levará ao seu destino. O que parece ser um regresso não é mais, afinal, do que um avanço.
O carácter é a expressão total das qualidades, conservadas e transmitidas pela herança e tradição, que definem uma Raça.
Quanto a estas qualidades, são as próprias da Raça que devemos cultivar. Não há maior erro que a pretendida substituição das qualidades próprias por aquelas que admiramos nos outros Povos.
Destruimos por completo o nosso carácter e adulteramos, em nós, o que há de bom nos estrangeiros. Não troquemos a nossa figura pela máscara importada.
Ao espirito simiesco, de imitação, opunhamos o espirito de iniciativa criadora.
Mas nós temos qualidades próprias? Responde afirmativamente a nossa História oito vezes secular; a nossa História religiosa, artistica, politica, jurídica e literária.
As qualidades próprias (o carácter) fazem a Raça, como dissemos; e esta ,por sua vez, dá origem à Pátria.»
*
Teixeira de Pascoaes

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Alentejo - A terra esquecida

Onde está o meu Alentejo? Onde está o país rural?
Desapareceu algures numa Europa sem fronteiras onde o interior português não interessa nem tão pouco as pessoas que lá restam.
Onde está o celeiro de Portugal? Onde está o meu Alentejo que já alimentou uma nação? Foi assassinado ás mãos de uma Europa onde a PAC fala mais alto do que a voz das aldeias perdidas nos campos alentejanos.
Na imensa planície alentejana, homens e mulheres, antigos trabalhadores agrícolas confidenciam o quanto a vida deles mudou e já dão razão ao Estado Novo, tenho ouvido , amiúde, alguns deabafos envergonhados de saudade do outro tempo, no tempo de Salazar , como dizem os mais velhos, é que era respeito e trabalho, coisa que desapareceu do Alentejo.
É curioso e significativo ouvir antigos apoiantes comunistas constatarem que o 25 de Abril foi um erro e que antes viviam melhor do que agora. Fomos o celeiro do país, mas hoje com a destruição da agricultura pelos sucessivos governos traidores da República Portuguesa, somos uma terra de fome, miséria e desemprego. Económicamente abandonados pelo poder central, despovoados pelas nossas gentes que procuram na emigração para a capital e o estrangeiro a única forma de viver com dignidade, o Alentejo tornou-se num verdadeiro deserto para os próprios Alentejanos feridos no seu orgulho regional, na sua identidade cultural e na sua dignidade humana. Desde o 25 de Abril o povo do Alentejo tem uma longa história de sofrimento sob a vontade do Estado Português
Durante os últimos anos, desde o 25 de Abril, a ausência de investimentos na economia, na educação e saúde levou a uma grande sangria na nossa terra, e mais do que em qualquer outra região do país. Contudo, os verdadeiros Alentejanos nunca desistiram nem perderam as marcas da sua identidade e raízes. Por isso, a nossa identidade é a nossa luta e a nossa força é a nossa identidade, como disse o poeta.
A par com outras regiões históricas ou províncias do continente, o Alentejo (que sucessivos regimes políticos tentaram dividir em Alto e Baixo, e com quatro diferentes distritos) é a região mais coesa e homogénia do território do Estado Português, talvez com a excepção do Algarve.
As fronteiras são naturais e evidentes. Além da saudável vizinhança, nada temos a ver com as Beiras, com o Ribatejo ou com o Algarve. Temos uma cultura própria(na música, dança, arquitectura, literatura, gastronomia, etc.), falamos no nosso quotidiano do dia a dia uma variação própria da língua portuguesa, temos uma mundividência própria, temos problemas próprios e temos sem dúvida uma identidade única. Estamos a todos os níveis, muito mais próximos dos povos da Andaluzia ou da Estremadura espanhola do que das gentes e das regiões do Minho ou de Trás-os-Montes. Contudo, somos e temos orgulho em ser portugueses, contribuímos para a rica diversidade cultural do nosso país. Mas o Alentejo não é só "paisagem". Não faz qualquer sentido sermos esquecidos e ignorados pelos Governos do Estado Português.
O Alentejo de hoje é a muito pior do que há 40 anos, não há trabalho, não existe agricultura, o governo e a PAC mataram-na e ela era que fornecia os empregos a esta gente. Não existem empresas ou fábricas que empreguem pessoas, os governos sempre voltaram costas ao Alentejo quando era para investir. O Alqueva é uma ilusão, apenas vai servir para turismos e lazer de endinheirados, tudo devidamente pensado antes da construção. A aldeia onde moro tem menos 30% da população que tinha há 40 anos e menos 80 % da que tinha há 60 anos. Os novos fogem para as cidades, os velhos esperam a morte certa, os resistentes como eu recusam-se a acreditar na morte da cultura Alentejana e resistimos conforme podemos. Os Lisboetas endinheirados vêm e compram os montes e casas nas aldeias, mesmo que com essas aldeias não tenham afinidades familiares, apenas querem uma casa para férias, não são bem vindos devo dizer.........O pais pode ter progredido aos olhos de alguns em muitos sitios , mas no meu Alentejo não, está tudo ainda pior, como se fosse possivel pior e pior.
O Alentejo não vai transformar-se numa coutada de férias , caça e lazer de Lisboetas, isso garanto eu, sou Português, mas antes disso sou Alentejano.

Portugal por Maria Carolina

«Quando o Pai a Terra projectou,nela um pontinho assinalou!
Rolaram séculos, milénios, longos tempos!
O pontinho cresceu, amadureceu, e então, Portugal aconteceu.
Quem diz que és pequena ó Pátria amada?
De Afonsos, Henriques, Dinises, Albuquerques, Gamas, Lencastres, Joões e tantos outros povoada.
Da tua madeira as elegantes naus construídas.
Teus cavaleiros transformados em valorosos marinheiros, p'los mares fora se foram, levando das caravelas as imponentes velas desfraldadas, a cruz de Cristo nas mesmas bem marcada. Correm mundos, deixando a semente da mensagem do Mestre assinalada, na pedra, na palavra, em amor transformada. Gritando: ó homens acordai, dai as mãos, o reino de Cristo vos queremos mostrar, pois aí não há diferentes raças, cores, confusões! Filhos do Universo todos somos.
Nas longínquas terras Portugal ficava, gravado na mensagem de amor que por lá deixava.
As caravelas voltaram - com Cristo ao leme e Maria, a bússola por todos amada, nos corações bem gravada.
Cavaleiros do presente estai atentos, não tendes castelos, caravelas, armaduras reluzentes, mas tendes o juramento a Cristo feito - Servi-Lo.
Despidos por fora, mas por dentro os corações a transbordar de amor. Cumprindo a lei p’la palavra e p’lo exemplo. Gritar: homens acordai, chegou a hora, filhos do Universo, já antes vos dissemos, vamos aproveitar a Luz que já está surgindo além!
Moradores do Templo ao Pai agradeçamos a mensagem há dois mil anos por Cristo anunciada, e tantas vezes por outros relembrada.Filhos da Terra amai-vos uns aos outros como irmãos, para da paz do Templo poderdes usufruir, bem depressa eternamente. »

Maria Carolina
Porto, 14 de Janeiro de 1993

Escolham enquanto é tempo


Saudosismo

O movimento Saudosista surge em Portugal pouco tempo após a implantação da República e é influenciado pelo impacto dos princípios orientadores desta nova realidade. Teixeira de Pascoaes e outros fundam um movimento cujo objetivo é basicamente o de construir um firme baluarte a serviço de um ideal cultural. O movimento procura desenvolver uma motivação superior de cunho religioso e filosófico, que deve consagrar-se completamente à realização da obra social, cultural e política da República. Teixeira de Pascoaes, ao lançar as bases do Saudosismo, quer defender a sua Pátria de duas decadências: primeiramente, a do cansaço das grandes Descobertas, e, a mais crítica, a decadência de ver o elemento estrangeiro invadir Portugal, afastando o país da sua verdadeira alma. Segundo Teixeira de Pascoaes, a alma lusíada tem na fusão dos antigos Povos que se encontraram na península, a sua origem e, por esta fusão ela se distingue das outras almas pátrias desde o início, por ter um caráter nacional muito rigoroso. Expondo suas idéias no livro Arte de Ser Português , revela-nos: " A alma pátria é, portanto, caracterizada pela fusão que se realizou , na nossa Raça, do princípio naturalista ou ariano e do princípio espiritualista ou semita, e pelas qualidades morais da Paisagem que, em vez de contrariar a herança étnica, a acentua e fortalece."
Neste sentido, Teixeira afirma que a alma portuguesa existe e esta existência pode ser distinguida desde seus primórdios: " (...) Houve um momento em que no meio d'essa confusão rumorosa e guerreira, se destacou uma voz proclamando um Povo, gritando a Alma d'uma Raça: foi a voz de Viriato (...) E n'esse momento, mais divino que humano, a alma portuguesa gerou nas suas entranhas, penetradas por uma luz celeste a " Saudade ', a nebulosa do futuro Canto imortal, o Verbo do novo mundo português."
*
"E não tinha a Saudade a sua origem
Remota neste céu misterioso,
Nesta bela paisagem transcendente?
E a sua origem próxima e sensível
Na alma profunda, mística e vidente
Deste Povo do Mar e da Montanha?"

( Teixeira de Pascoaes, Marános, 1911)