Onde está o meu Alentejo? Onde está o país rural?
Desapareceu algures numa Europa sem fronteiras onde o interior português não interessa nem tão pouco as pessoas que lá restam.
Onde está o celeiro de Portugal? Onde está o meu Alentejo que já alimentou uma nação? Foi assassinado ás mãos de uma Europa onde a PAC fala mais alto do que a voz das aldeias perdidas nos campos alentejanos.
Na imensa planície alentejana, homens e mulheres, antigos trabalhadores agrícolas confidenciam o quanto a vida deles mudou e já dão razão ao Estado Novo, tenho ouvido , amiúde, alguns deabafos envergonhados de saudade do outro tempo, no tempo de Salazar , como dizem os mais velhos, é que era respeito e trabalho, coisa que desapareceu do Alentejo.
É curioso e significativo ouvir antigos apoiantes comunistas constatarem que o 25 de Abril foi um erro e que antes viviam melhor do que agora. Fomos o celeiro do país, mas hoje com a destruição da agricultura pelos sucessivos governos traidores da República Portuguesa, somos uma terra de fome, miséria e desemprego. Económicamente abandonados pelo poder central, despovoados pelas nossas gentes que procuram na emigração para a capital e o estrangeiro a única forma de viver com dignidade, o Alentejo tornou-se num verdadeiro deserto para os próprios Alentejanos feridos no seu orgulho regional, na sua identidade cultural e na sua dignidade humana. Desde o 25 de Abril o povo do Alentejo tem uma longa história de sofrimento sob a vontade do Estado Português
Durante os últimos anos, desde o 25 de Abril, a ausência de investimentos na economia, na educação e saúde levou a uma grande sangria na nossa terra, e mais do que em qualquer outra região do país. Contudo, os verdadeiros Alentejanos nunca desistiram nem perderam as marcas da sua identidade e raízes. Por isso, a nossa identidade é a nossa luta e a nossa força é a nossa identidade, como disse o poeta.
A par com outras regiões históricas ou províncias do continente, o Alentejo (que sucessivos regimes políticos tentaram dividir em Alto e Baixo, e com quatro diferentes distritos) é a região mais coesa e homogénia do território do Estado Português, talvez com a excepção do Algarve.
As fronteiras são naturais e evidentes. Além da saudável vizinhança, nada temos a ver com as Beiras, com o Ribatejo ou com o Algarve. Temos uma cultura própria(na música, dança, arquitectura, literatura, gastronomia, etc.), falamos no nosso quotidiano do dia a dia uma variação própria da língua portuguesa, temos uma mundividência própria, temos problemas próprios e temos sem dúvida uma identidade única. Estamos a todos os níveis, muito mais próximos dos povos da Andaluzia ou da Estremadura espanhola do que das gentes e das regiões do Minho ou de Trás-os-Montes. Contudo, somos e temos orgulho em ser portugueses, contribuímos para a rica diversidade cultural do nosso país. Mas o Alentejo não é só "paisagem". Não faz qualquer sentido sermos esquecidos e ignorados pelos Governos do Estado Português.
Durante os últimos anos, desde o 25 de Abril, a ausência de investimentos na economia, na educação e saúde levou a uma grande sangria na nossa terra, e mais do que em qualquer outra região do país. Contudo, os verdadeiros Alentejanos nunca desistiram nem perderam as marcas da sua identidade e raízes. Por isso, a nossa identidade é a nossa luta e a nossa força é a nossa identidade, como disse o poeta.
A par com outras regiões históricas ou províncias do continente, o Alentejo (que sucessivos regimes políticos tentaram dividir em Alto e Baixo, e com quatro diferentes distritos) é a região mais coesa e homogénia do território do Estado Português, talvez com a excepção do Algarve.
As fronteiras são naturais e evidentes. Além da saudável vizinhança, nada temos a ver com as Beiras, com o Ribatejo ou com o Algarve. Temos uma cultura própria(na música, dança, arquitectura, literatura, gastronomia, etc.), falamos no nosso quotidiano do dia a dia uma variação própria da língua portuguesa, temos uma mundividência própria, temos problemas próprios e temos sem dúvida uma identidade única. Estamos a todos os níveis, muito mais próximos dos povos da Andaluzia ou da Estremadura espanhola do que das gentes e das regiões do Minho ou de Trás-os-Montes. Contudo, somos e temos orgulho em ser portugueses, contribuímos para a rica diversidade cultural do nosso país. Mas o Alentejo não é só "paisagem". Não faz qualquer sentido sermos esquecidos e ignorados pelos Governos do Estado Português.
O Alentejo de hoje é a muito pior do que há 40 anos, não há trabalho, não existe agricultura, o governo e a PAC mataram-na e ela era que fornecia os empregos a esta gente. Não existem empresas ou fábricas que empreguem pessoas, os governos sempre voltaram costas ao Alentejo quando era para investir. O Alqueva é uma ilusão, apenas vai servir para turismos e lazer de endinheirados, tudo devidamente pensado antes da construção. A aldeia onde moro tem menos 30% da população que tinha há 40 anos e menos 80 % da que tinha há 60 anos. Os novos fogem para as cidades, os velhos esperam a morte certa, os resistentes como eu recusam-se a acreditar na morte da cultura Alentejana e resistimos conforme podemos. Os Lisboetas endinheirados vêm e compram os montes e casas nas aldeias, mesmo que com essas aldeias não tenham afinidades familiares, apenas querem uma casa para férias, não são bem vindos devo dizer.........O pais pode ter progredido aos olhos de alguns em muitos sitios , mas no meu Alentejo não, está tudo ainda pior, como se fosse possivel pior e pior.
O Alentejo não vai transformar-se numa coutada de férias , caça e lazer de Lisboetas, isso garanto eu, sou Português, mas antes disso sou Alentejano.
O Alentejo não vai transformar-se numa coutada de férias , caça e lazer de Lisboetas, isso garanto eu, sou Português, mas antes disso sou Alentejano.