O bom português deve cultivar a sua vida de Família.
O "pater familias", o Pai, é já, na verdade, um ser que excede o indivíduo. A sua existência sobe de natureza enquanto sintetiza a tradição e a esperança da Família. Traduz, numa unidade moral, a vida da Esposa e dos Filhos, de modo a tenderem todos para um mesmo fim superior e nobre, pelo culto das virtudes dos Antepassados e pelo trabalho criador do futuro.
O Pai é já um ser espiritual, e a Família deve constituir uma pequena Pátria. Não tem ela as suas tradições e aspirações? E tem a sua alma, a sua personalidade própria, a sua raça, enfim.
Por isso, deveria, como Pátria, estar ligada indossoluvelemente a um certo território, a um certo país com a sua capital, a velha casa, entre as velhas árvores, onde o Pater, o Chefe do pequeno Estado, viveria, sob a sombra tutelar de venerandos Fantasmas avoengos.
Essa terra e a sombra dos Avós formariam a base pepétua da Família. Suceder-se-iam, sobre essa terra, as gerações, deixando, nela, quais memórias, o seu amor e o seu trabalho, corporizados em obras novas, em acréscimo de riqueza.»