AO CONDESTÁVEL DE PORTUGAL
Em nome da minha geração
Não me consumo na vigília ardente
das armas, lendo e orando, nem destroço
Entre pendões, enamorado e moço
As hostes inimigas, frente a frente
Céptico olhar, o meu; calmo e descrente
De altas visões de místico alvoroço
Ando no mundo...sou de agora. Posso
Ser, quando muito, como toda a gente
Ah, não habita em mim a voz lendária
De outras idades...nem com a mão segura
Empunho o gládio! Mas o sonho antigo
Voga sempre na brisa incerta e vária,
Paira indeciso sobre a terra impura
E em cada coração busca um abrigo.
João Cabral do Nascimento
Em nome da minha geração
Não me consumo na vigília ardente
das armas, lendo e orando, nem destroço
Entre pendões, enamorado e moço
As hostes inimigas, frente a frente
Céptico olhar, o meu; calmo e descrente
De altas visões de místico alvoroço
Ando no mundo...sou de agora. Posso
Ser, quando muito, como toda a gente
Ah, não habita em mim a voz lendária
De outras idades...nem com a mão segura
Empunho o gládio! Mas o sonho antigo
Voga sempre na brisa incerta e vária,
Paira indeciso sobre a terra impura
E em cada coração busca um abrigo.
João Cabral do Nascimento
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