quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Boas noites sem TV

Tenho resistido sempre á abertura por parte do meu aparelho de TV á invasão do cabo, quer por aqui chega via satélite, mantenho-me fiel aos quatro canais generalistas e contento-me com a paupérrima programação exibida servindo até para me divertir nas horas vagas.

Preferia as madrugadas para, nas intermináveis insónias crónicas, rever as boas séries que ainda vão aparecendo e um ou outro filme de qualidade que as TVs faziam questão de apenas passar em maratonas a horas proibidas para quem tem o sono como certo.
Ora agora os tempos são outros, de repente tudo mudou, para pior, claro está que isto por cá nada muda para melhor, as boas madrugadas televisivas desaguaram agora em programinhas, que, encobertos pela oferta de dinheiro aos noctivagos que respondam a questionários duvidosos, apenas têm como objectivo encher as contas bancárias das estações emissoras.
Os apresentadores e apresentadoras destes logros televisivos aplicam as mais desmedidas verborreias ao tentar convencer os espectadores a telefonar, e esses telefonemas podem explicar-se apenas pelo fascinio que a beleza do horror provoca actualmente á maioria da população.
Os programas funcionam, eventualmente, como estímulo para os mais obscuros desejos, se forem vistos sem som, aproveitando apenas as "linguagens" gestual, e sobretudo, corporal, das apresentadoras.
Agradeço por isso ás TVs portuguesas as boas noites de leitura e de sono que me têm proporcionado desde que tal programação começou a ser exibida.
Ai que saudades da Mira Técnica da RTP......